Presidente do Alecrim entra na jogada para levar os jogos do América para o "Ninho do Periquito".
A proposta de contrato apresentada ontem, na sede da Federação Norte-riograndense de Futebol (FNF) pelo empresário Marcone Barreto, que deseja ver o América jogando no estádio Barretão que ele está construindo em Ceara Mirim, fez o presidente do conselho deliberativo do clube, José Rocha, adiar a reunião de conselheiros que estava prevista para amanhã. O encontro só irá ocorrer depois que a comissão de avaliação nomeada pelo presidente americano. Alex Padang e José Rocha estudarem as propostas apresentadas ao clube. A proposta formulada pelo presidente do Alecrim, Anthony Armstrog, foi descartada na reunião realizada no escritório de Eduardo Rocha.
Nessa reunião, que contou ainda com a participação de Eduardo Rocha, José de Medeiros, Paulinho Freire e Hermano Morais ficou definido que não havia possibilidade de acordo para atuar no Ninho do Periquito, devido aos problemas apresentados pelo estádio. Ele não comporta jogos de grande porte e, assim como o estádio Nazarenão, teria de passar por uma adaptação para comportar os jogos da série B.
"O presidente do Alecrim sempre se mostrou muito prestativo em relação a essa questão. Já tivemos outras conversas e essa vai ser mais uma. O Anthony se dispôs em ajudar e estamos procurando soluções para a série B", afirmou Padang logo após o encontro realizado com o mandatário do co-irmão ontem a tarde.
Membro da Comissão de construção da Arena América, no CT de Parnamirim, o conselheiro José Medeiros, disse que apenas as propostas do Barretão e da OAS serão apreciadas. "A comissão vai olhar com muito carinho essas duas propostas. Mas vale salientar que nenhuma irá vingar se não contiver algum tipo de incentivo para a aceleração do estádio próprio do América. Não precisa ser incentivo financeiro, mas tem de haver algo neste sentido, talvez um plano de ação", destacou Medeiros, ressaltando que o adiamento da reunião do Conselho Deliberativo foi um passo importante para manter a união dentro do clube, uma vez que os ânimos estavam acirrados.
No mesmo horário do encontro de Alex Padang com dirigente alecrinense, o empresário Marcone Barreto, estava realizando uma coletiva na sede da FNF, para falar, entre outros temas, sobre o contrato, oferecido por ele, ao América, para que o clube mande seus jogos em Ceará-Mirim, pelos próximos cinco anos, englobando todas as competições que o alvirrubro disputar nesse período.
Além do presidente da FNF, José Vanildo, quem também esteve presente na coletiva, foi o presidente do Conselho Deliberativo do América, José Rocha, que não quis se pronunciar sobre o assunto.
Já Marcone Barreto falou e muito. Primeiro, disse que o seu estádio, com todas as exigências da CBF, fica pronto no dia 10 de abril desse ano, com os 10.500 lugares. "Estamos trabalhando com 300 homens na obra e posso assegurar que em abril, o estádio está pronto para ser utilizado pelo América, caso ele queira. Atualmente, já temos 6.300 lugares prontos e o que falta, construiremos nos até o prazo que consta no contrato", afirmou Barreto.
Em relação a não presença do presidente americano nas últimas reuniões envolvendo o conselho deliberativo rubro e o empresário, Marcone Barreto fez questão de dar sua versão do ocorrido. "Minha primeira conversa foi com Alex Padang. Mostrei a proposta e ele me disse que não ia olhar, porque já tinha a proposta da OAS. Me levantei e fui embora. Depois, tivemos outras conversas, inclusive, Padang se mostrou empolgado com a possibilidade, querendo ficar com o Barretão durante 30 anos. Aí, depois, as coisas começaram a desandar, começaram exigências demais, parecia uma tortura e decidi não atender mais as suas ligações e negociar diretamente com o conselho deliberativo. Inclusive, na última segunda-feira, tive uma reunião muito proveitosa, que estiveram presentes vários conselheiros, como José Rocha, Eduardo Rocha, Hermano Morais e José Medeiros", revelou Barreto.
O empresário de Ceará-Mirim aproveitou para alfinetar o presidente do Alecrim, Anthony Armstrong e sua proposta de levar o América para jogar no Ninho do Periquito. "Eu tenho um estádio pronto, com capacidade para 10.500 pessoas. Enquanto eu ando de Rolls Royce, o outro anda de Volkswagem", disse Barreto, para revela, ainda, alguns itens no contrato oferecido pela OAS, para o América, afirmando que a melhor possibilidade que existe ao clube rubro, é jogar no Barretão.
"Na minha proposta, peço apenas 10% da renda bruta dos jogos, enquanto que na OAS, pelo que fiquei sabendo, eles estão exigindo 45% da renda líquida das partidas. A minha proposta é extremamente saudável. Boa para os torcedores e também para saúde do clube. Com tudo o que o América iria economizar e arrecadar, daria para construir a Arena do Dragão", afirmou.
Outro ponto da proposta de Barreto é que, todos os proprietários de camarote e cadeiras, que já compraram os espaços, poderão ter acesso livre no Barretão, pagando apenas uma taxa de manutenção, que seria a mesma paga na Arena do Dragão.
Com o fim da coletiva na FNF, outra reunião importante para o América se iniciava no escritório de advocacia de Eduardo Rocha. Questionado sobre o contrato alinhavado com a empresa responsável pela Arena das Dunas, o dirigente se esquivou. "Infelizmente, sobre isso eu não vou falar. Quem vai tomar essa decisão, é o conselho deliberativo do clube. Peço desculpas aos torcedores do América. Só me pronuncio sobre o contrato da OAS depois da reunião do Conselho", finalizou Padang. José Rocha não definiu o novo prazo para realizar a reunião do conselho.

Matéria da Tribuna do Norte de 20 de fevereiro de 2013.
Imagens adicionais retiradas do blog do jornalista Iran costa.
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