Pelos filhos, Falcão se aproxima da aposentadoria da seleção brasileira.

De todas as perguntas feitas ao craque Falcão no seu retorno ao Brasil após a conquista do heptacampeonato mundial de futsal, a mais ouvida - e que continua sem resposta - diz respeito ao futuro do melhor jogador de futsal do mundo.
É o fim do "ciclo Falcão" na seleção brasileira? Em todas as entrevistas, o camisa 12 garante que ainda não decidiu o que vai fazer. Porém, um fator tem pesado contra a sua permanência na seleção canarinho: o amor aos filhos.
Luigi, de 7 anos, e Enzo, de 10, estão crescendo e, com uma rotina de viagens com o clube e com a seleção, Falcão, que está com a seleção brasileira há 15 anos, fica incomodado quando vê o crescimento dos filhos de longe. Mesmo tendo uma forte ligação afetiva com os dois, o paizão coruja sente falta das crianças.
- Pesa bastante. Você perde uma coisa e ganha outra. Eles se envolvem muito comigo. Eles são muito parecidos comigo. Essas coisas que eu tive, de saúde, de paralisia facial, é pelo meu envolvimento com o esporte. Eu quero jogar, quero participar, e eles se envolvem com tudo isso. Durante o Mundial foram mais de 40 dias fora de casa. O tempo vai passando - lamentou o craque do Orlândia, que fala em curtir mais alguns jogos em 2013.
- Agora vou diminuir um pouco a carga. Vou escolher um pouco as convocações. Tenho que pensar até que ponto eu consigo curtir esse Mundial de 2012 e quando eu devo parar - comentou Falcão, que tem o apoio dos filhos para não abandonar a seleção.
Se dependesse da opinião de Luigi e Enzo, Falcão jamais deixaria a amarelinha.
- Eles pedem para eu não deixar a seleção, para eu não parar de jogar. Mas eu estou chegando num momento em que eu tenho que explicar para eles. Todo jogador para, deixa de ir para a seleção. Eles me cobram isso. Eles são espertos e vivem isso. Se perde eles choram. A minha decepção, às vezes, é menor do que a deles. Eu tenho essa preocupação por eles - disse Falcão, que acha graça quando é cobrado pelos próprios filhos.
Apesar de salvar o Brasil no jogo contra a Argentina - Falcão marcou duas vezes - e na final contra a Espanha - o camisa 12 fez o gol de empate -, Enzo e Luigi perguntaram sobre a bola de ouro.
- Eles me cobraram: "Pô, você não ganhou?". Eles estão acostumados com as premiações individuais. Aí eu tive que explicar para eles que eu apenas 30 minutos, que não tinha coerência disputar uma bola de ouro, mas que todo mundo sabe o esforço que eu fiz, o que o pai dele representa para o esporte. Eles já estão começando a entender esse lado - disse Falcão, que já trabalha o psicológico para sair das quadras e ficar nas arquibancadas.
- Eu vou parar para assisti-los.
Matéria do globo esporte.com
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